sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Curta "Who's Hungry?"

Esse é um curta metragem bem bacana de David Ochs que faz uma re-leitura do conto dos irmãos Grimm, João e Maria, mostrando um lado mais sombrio e agressivo da história, ou seja, como a versão verdadeira é.


Muito legal, né? Eu adoro curta metragens, é por isso que estou abrindo uma nova categoria aqui no blog só de curtas.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Eco e Narciso


Eco era uma bela ninfa, porém, muito tagarela. Zeus pediu-lhe então que distraisse Hera enquanto andasse nas suas aventuras extraconjugais. Eco assim fez. Ao descobrir tudo, Hera sentindo-se traída e humilhada, condena Eco desta forma: não poderia mais dizer suas próprias palavras, ia sempre repetir as dos outros.

Um dia, Eco vê Narciso e apaixona-se ardentemente por ele. Este era o filho do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Dono de uma beleza indescrítivel e incomparável, todas as mulheres e homens se apaixonavam por ele, mas Narciso era muito orgulhoso e insensível ao amor, pois achava que ninguém era digno de sua beleza, que ele mesmo comparava a dos deuses Apolo e Dionísio. Por isso desprezava a todos os seus pretendentes com uma incrível frieza pois, para ele, ninguém estava a sua altura.

Eco foi mais uma vítima de seu desdém e ficou tomada por uma imensa tristeza. Não queria mais comer nem beber e passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. Acabou por definhar, até que as carnes desapareceram inteiramente. Os ossos transformaram-se em rochedos e Eco reduziu-se apenas a uma voz, sempre repetindo a palavra final de todos que a chamasse.

Tristes, suas amigas ninfas pedem aos deuses que castiguem Narciso, que ele sinta a dor de não ter o amor correspondido e são atendidas por Nemesis, a deusa da vingança, que condena Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco para fazer ele se arrepender de ser tão egoísta e de se vangloriar tanto da própria aparência.

Certo dia, Narciso, cansado de uma caçada, inclina-se para beber água num riacho. Ao pôr os olhos em sua imagem refletida na água, ele apaixona-se por si mesmo e fica tão extasiado que tenta agarrar seu próprio reflexo. Porém, a imagem desvanece-se e Narciso cai no lago e morre afogado. Em outra versão, Narciso, desesperado, deixa-se ficar perto da margem sem comer e sem dormir durante dias, em vãs tentativas de satisfazer o amor de si mesmo, até que, assim como Eco, ele definhou. O que se sabe é que no local de sua morte, nasceu uma flor que tem agora o nome de Narciso.