domingo, 30 de janeiro de 2011

Codex Gigas - A Bíblia do Diabo

O Codex Gigas (Livro Gigante, em Latim) é considerado o maior manuscrito medieval existente no mundo. Foi criado no início do século XIII, presumivelmente no mosteiro beneditino de Podlažice na Boemia (actual República Tcheca), e agora está preservado na Biblioteca Nacional da Suécia, em Estocolmo. É também conhecido como a Bíblia do Diabo, devido a uma grande figura do diabo no seu interior e da lenda em torno da sua criação.


O códice tem capas de madeira, revestidas de couro e ornamentadas com motivos metálicos. Com 92 cm de altura, 50 cm de largura e 22 cm de espessura, é o maior manuscrito medieval conhecido. Atualmente é constituído por 310 folhas de velino (uma espécie de pergaminho), mas há indícios de algumas páginas terem sido retiradas da versão original. Não se sabe quem o fez, nem se conhecem as razões de as páginas terem sido removidas, embora se pense que algumas delas pudessem conter as regras monásticas dos beneditinos. O códice pesa cerca de 75 kg, e o velino nele usado foi elaborado a partir de pele de vitelo (ou pele de jumento, segundo algumas fontes), num total de 160 animais, pois naquele tempo ainda não tinha papel.

O Codex inclui toda a versão Vulgata da Bíblia (Vulgata é a tradução para o latim da Bíblia), exceto para os livros de Atos e Apocalipse, provenientes de uma versão pré-Vulgata (estão também incluídos a enciclopédia "Etymologiae" de Isidoro de Sevilha, "Antiguidades Judaicas" e "Guerras dos Judeus" de Flávio Josefo, "Chronica Boemorum" (Crónica dos Boémios) de Cosmas de Praga e vários tratados sobre medicina. Pequenos textos completam o manuscrito: alfabetos, orações, exorcismos, um calendário com as datas de celebração de santos locais, registros de acontecimentos relevantes, e uma lista de nomes, possivelmente de benfeitores e de monges do mosteiro de Podlažice. Todo o documento está escrito em latim.

Uma das 310 páginas do Codex

O manuscrito contém figuras decoradas (iluminuras) em vermelho, azul, amarelo, verde e dourado. As letras maiúsculas que iniciam os capítulos estão elaboradamente decoradas com motivos que, frequentemente, ocupam grande parte da página. O Codex tem um aspecto uniforme pois a natureza da escrita não é alterada em toda a sua extensão, não evidenciando sinais de envelhecimento, doença ou estado de espírito do escriba. Isto levou a que se considerasse que todo o texto foi escrito num período de tempo muito curto (ver lenda). No entanto, atendendo ao tempo necessário à escrita do texto, e ao desenho e pintura das ilustrações, especialistas acreditam que o livro terá levado mais de 20 anos a ser concluído.

A página 290 contém apenas uma figura original de um diabo, com cerca de 50 cm de altura. Algumas páginas antes desta, estão escritas sobre um velino escurecido e os caracteres são mais esbatidos que no resto do manuscrito. A razão para a diferença nas cores é que o velino, por ser feito a partir de peles animais, escurece quando exposto à luz. No decurso dos séculos, as páginas mais expostas acabaram por ter um aspecto mais escuro.

Imagem do diabo na página 192, que, pelo aspecto escuro, era uma das mais expostas do livro

Segundo a lenda, o escriba foi um monge que quebrou os votos monásticos e foi condenado a ser murado vivo. A fim de evitar esta severa punição, ele prometeu a criação, em uma única noite, de um livro que glorificaria o mosteiro para sempre e que incluiria todo o conhecimento humano. Perto da meia-noite, ele teve a certeza que não conseguiria concluir esta tarefa sozinho e, por isso, fez uma oração especial, não dirigida a Deus, mas sim ao anjo banido, Lúcifer, pedindo-lhe que o ajudasse a terminar o livro em troca da sua alma. O monge vendeu, assim, a sua alma ao diabo. O diabo concluiu o manuscrito do monge e foi acrescentada uma imagem do diabo como agradecimento pela sua ajuda. Apesar desta lenda, o códice não foi proibido pela Inquisição e foi analisado por muitos estudiosos ao longo dos tempos.

Considerava-se por muito tempo que esta versão de condenação ao emparedamento do monge era verdadeira, devido à interpretação precipitada da palavra Inclusus, como sendo emparedamento. Na verdade foi reconsiderada esta tradução como sendo "recluso". Seria um monge que foi condenado, ou se condenou à reclusão no monsteiro para realizar o trabalho de uma vida. Se reforça essa versão pela "dedicatória" encontrada no final do livro: hermanus inclusus, ou "Herman, o recluso" ou "Herman, o enclausurado".

Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A História de Kratos


Eu sou um fãnzasso do Kratos, ele é o cara, ele é muito foda! Um ícone da brutalidade que já se tornou um personagem clássico na história dos games. Protagonista dos jogos da franquia God of War, na qual podemos acompanhar a saga deste anti-herói espartano, desafiando os poderosos Deuses Gregos e enfrentando terríveis monstros mitológicos. Conheça agora a incrível e trágica história de Kratos!

Para entrar no clima, baixe aqui a trilha sonora do jogo para escutar enquanto lê a história!

O deus grego Zeus, rei dos deuses, em mais uma de suas aventuras extraconjugais, se relaciona com uma mortal. Dessa relação, nasceu um bebê. Só que foi profeciado que, assim como Cronos matou e destronou o seu pai Urano e Cronos foi também morto e destronado por seu filho Zeus, o rei dos deuses, temendo que seu filho, no futuro, também viesse a destruí-lo, mandou a mulher se livrar do bebê, ou ele iria matá-la. Ela fez o que ele ordenou, abandonando a criança em uma estrada . Esse bebê foi encontrado por um guerreiro de Esparta, que o colocou num programa de intenso treinamento para órfãos do exército. Esse bebê cresceu e virou uma criança que se destacava das outras, isso porque ele era um semi deus, mas não sabia. Kratos era o mais forte, rápido, ágil e corajoso. Por isso ganhou o nome de Kratos, em homenagem ao titã Cratos, a personificação da força e do poder, outra característica da criança. 

Deimos

Por causa da violência, Kratos não tinha nenhum amigo. Até que um garoto, chamado Deimos, se aproximou dele. Deimos, tinha uma grande marca de nascença vermelha no corpo. Os dois criaram uma forte relação de amizade, chegando até a se chamarem de irmãos. Mas acontece que Deimos, ainda criança, foi sequestrado por Ares para evitar uma profecia sobre a destruição do Olimpo, pois o oráculo previu que o futuro destruidor da morada divina tem uma marca vermelha. Kratos tenta impedir o rapto, mas sofre uma derrota que deixa uma cicatriz em seu olho esquerdo. Deimos é levado para o tártaro, o inferno grego, onde é torturado por Thanatos, a morte. Desde aquele dia, ele é alimentado pelo ódio que tem de Kratos, por este não ter conseguido salvá-lo de seu tormento e, no tártaro, ele treina muito para se tornar ainda mais forte que Kratos e poder se vingar dele.  Acreditando que seu irmão está morto, Kratos faz uma série de tatuagens vermelhas, imitando as marcas de nascença de Deimos (o que indica que ele, sim, seria o destruidor do Olimpo). Os anos passam, e Kratos, com seu vigor de semi-deus, consegue rapidamente se tornar um jovem capitão do exército espartano.

Bastante violento e sanguinário, Kratos não demonstrava receio algum por travar uma batalha. Graças à eficiência da sua crueldade durante numerosas guerras e à sua habilidade em manejar qualquer arma, veio a se destacar entre os outros guerreiros e rapidamente se torna um dos melhores combatentes do exército espartano. Tendo começado com um exército de apenas cinquenta guerreiros a seu comando, em breve iria ter milhares de seguidores sob suas ordens. 


Kratos enfrentando o Rei dos Bárbaros

Kratos nunca fora derrotado em batalha, mas nunca esteve tão perto da derrota na luta em que enfrentou o destemido Rei dos Bárbaros e o seu exército de bárbaros em número visivelmente superior. Ao fim de várias horas de intenso combate e vendo o seu exército ser vencido, e a sua morte próxima, Kratos faz um pacto com o deus da guerra, Ares, para que este venha em seu auxílio. Em troca da derrota de seus inimigos e a salvação do restante de seu exército, Kratos dedicaria o resto de sua vida as causas do deus da guerra. Assim, Ares fez com que Kratos se apoderasse de uma das armas mais cobiçadas por todos os grandes guerreiros, as Blades of Chaos (em português: Lâminas do Caos), que são lâminas presas para sempre aos seus braços por correntes em brasa, como uma marca permanente do seu compromisso para com o deus. Kratos as usa para ganhar a batalha que se encontrava na derrota iminente. E como pagamento pela derrota de seus inimigos, Kratos torna-se o melhor e mais fiel servo de Ares.


Kratos serviu Ares com devoção, matando centenas em nome do olimpiano. Porém, dedicação não era suficiente para o deus da guerra: ele queria uma máquina de matar focada, que o seguisse cegamente, o guerreiro perfeito e havia algo que impedia Kratos de se dedicar única e exclusivamente as ganâncias de Ares: sua mulher e filha.

Para eliminar essa fraqueza, Ares ordenou que Kratos cumprisse a missão de destruir uma aldeia e todos os seus habitantes nos arredores de Aten
as. Kratos nem desconfiava que estava prestes a cair numa terrível armadilha montada pelo próprio Amo.

Dentro de um misterioso e sagrado templo da aldeia, construído para os oradores da deusa Atena, era o local onde se guardava o terrível segredo que viria a perseguir Kratos para sempre. O servo de Ares é avisado pelo oráculo do templo que iria se arrepender amargamente se ali entrasse. Contudo, ignorando o aviso, Kratos adentra o templo esquartejando indiscriminadamente toda a gente que lá se encontrava, mas é aqui que comete o seu terrível erro. Apesar dos avisos do oráculo da aldeia e ignorando a sua própria intuição em que nunca deveria entrar naquele templo, vê nas suas lâminas o sangue do horrendo crime que cometera, uma chacina que nunca se viria a esquecer. Estendidos no chão do templo jazia a sua família que se encontravam entre os oradores da deusa; cegado pelo instinto assassino, Kratos também matara acidentalmente sua mulher e sua filha.


Kratos, enganado por Ares, mata acidentalmente sua esposa e filha

Agora não existia nada que interferisse Kratos por se dedicar inteiramente ao serviço do deus da Guerra, porém, Ares não contava que uma violentíssima criatura como Kratos pudesse ter um coração tão cheio de amor pela sua mulher e pela sua filha. Foi uma traição injusta que Kratos, solenemente, jurou a Ares que um dia o deus se iria arrepender pelo que lhe tinha feito.

Kratos crema os corpos de sua mulher e filha, e o oráculo do templo de quem o aviso ele ignorou, fez com que as cinzas que se soltavam das chamas que queimavam os corpos se agarrassem ao corpo de Kratos, revestindo sua pele de branco, para que todo o mundo pudesse ver o crime que ele cometera e a pesarosa lembrança do pecado lhe ficar, para sempre, enraizada na pele. Carregando no seu corpo a própria morte da família causada pela traição de um deus, nasce assim, neste momento, a lenda do Fantasma de Esparta.

Fantástica, não? Agora me digam, não daria um ótimo filme?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

6 Assustadoras Lendas Japonesas

De certo você deve conhecer várias lendas urbanas como a da Maria sangrenta, loira do banheiro, a mulher morta que pede carona etc, mas garanto que nenhuma delas são tão aterrorizantes como as lendas japonesas. Sabemos que quando se trata de terror até nisso os japoneses são os melhores, até porque aquelas simples mulheres de lá do outro lado do mundo, com a pele clara e seus cabelos negros escorridos já dão medo, agora imagine uma delas com a boca rasgada! Essa é uma das assustadoras lendas do folclore japonês que vocês vão conhecer agora.

1. A Mulher da Boca Rasgada


Kuchisake-onna era uma mulher linda. Esposa de um samurai ciumento, violento e líder da vila onde viviam. Por sua beleza ela era cobiçada por vários homens da vila que apesar de serem submissos ao seu líder não resistiam aos encantos de Kuchisake-onna.

Um dia, seu marido juntou todos os guerreiros da vila e deu-lhes a noticia que partiriam para a guerra e que mesmo sendo vitoriosos iriam ficar muito tempo longe de casa. Vários meses se passaram desde a partida de seu marido e Kuchisake-onna estava cada vez mais triste e depressiva, pois nem tinha certeza que o marido estava vivo. Até que ela conheceu um jovem samurai que não se juntou ao seu marido por ser jovem e não ter treino suficiente para a guerra, Kuchisake-onna o seduziu e passaram a ter um caso as escondidas. 


Passado alguns anos seu marido regressou, mas Kuchisake-onna havia mudado, estava apaixonada pelo jovem samurai e seu marido começou a desconfiar de sua fidelidade e certo dia ele encontrou-os conversando amigavelmente. Com ciúmes ele matou o jovem samurai e cortou a boca de Kuchisake-onna de orelha a orelha, gritando: “Quem vai te achar bonita agora?!”

Por causar desonra ao marido e líder ela foi expulsa da vila e condenada a viver dentro da floresta. Uma velha senhora que por pena a levava comida encontrou Kuchisake-onna morta pendurada pelo pescoço em seu casebre. Dias depois do enterro de Kuchisake-onna seu ex-marido foi encontrado morto com a boca cortada de orelha a orelha bem como sua garganta.

Desde então o espírito vingativo de Kuchisake-onna anda pelas ruas do Japão aterrorizando as pessoas e principalmente adolescentes. Conta-se que o seu fantasma aparece em trajes vermelhos como o sangue e usa uma máscara cirurgica para andar despercebida pelas ruas do Japão. Ela então aborda uma pessoa e pergunta "Eu sou bonita?", a pessoa diz que sim, então ela retira a máscara e pergunta "mesmo assim?". Se a pessoa disser que Não, ela rasga-lhe a boca e mata, e se a pessoa disser, por educação, que sim, Kuchisake-onna diz: "Então você irá se parecer comigo" e corta de canto a canto a boca da pessoa, no entanto, a deixa viver. Em 2007, lançaram no Japão o filme Kuchisake Onna, baseado nesta sinistra lenda.

2. A Virgem do Poço


Havia no Japão Feudal do século XVII uma bela jovem de nome Okiko. Essa jovem era serva de um Grande Senhor de Terras e Exércitos, seu nome era Oyama Tessan. Okiko que era de uma família humilde, sofria assédios diários de seu Mestre, mas sempre conseguia se manter longe de seus braços.

Cansado de tantas recusas, Tessan arquitetou um plano sórdido para que Okiko se entregasse à ele. Certo dia, Tessan entregou aos cuidados de Okiko uma sacola com 9 moedas de ouro holandesas -mas dizendo que havia 10 moedas- para que as guardasse por um tempo. Passado alguns dias, Tessan pediu que a jovem devolvesse as "10" moedas.


A donzela, ao constatar que só havia 9 moedas, ficou desesperada e contou as moedas várias vezes para ver se não havia algum engano. Tessan se mostrou furioso com o "sumiço" de uma de suas moedas, mas disse que se ela o aceitasse como marido, o erro seria esquecido. Okiko pensou a respeito e decidiu que seria melhor morrer do que casar com seu Mestre. Tessan furioso com tal repúdio, agarrou a jovem e a jogou no poço de seu propriedade. Okiko morreu na hora.

Depois do ocorrido, todas as noites, o espectro de Okiko aparecia no poço com ar de tristeza, pegava a sacola de moedas e as contava... quando chegava até a nona moeda, o espectro suspirava e desaparecia. Tessan assistia aquela melancólica cena todas as noites, e torturado pelo remorso, pediu ajuda à um amigo para dar um fim àquela maldição.

Na noite seguinte, escondido entre os arbustos perto do poço, o amigo de Tessan esperou a jovem aparecer para dar fim ao sofrimento de sua alma. Quando o fantasma contou as moedas até o 9, o rapaz escondido gritou: ...10!!! O fantasma deu um suspiro de alívio e nunca mais apareceu.


3. A Garota do Banheiro


Quem aqui já ouviu falar da loira do banheiro? Provavelmente esta é uma versão americanizada da verdadeira lenda que surgiu no Japão. 

Hanako é nome de uma garotinha que foi brincar de pique-esconde com os amigos, e se escondeu na porta dos fundos do banheiro do terceiro andar. Depois, ela foi encontrada morta neste mesmo local (nenhuma versão da lenda conta como ela morreu, mas se sabe que ela era uma garota quieta que sempre era "maltratada" por seus colegas).


Após algum tempo, começou a rolar boatos de que a alma da menina estivesse ainda lá. E se tem duas coisas que NÃO se deve fazer para não chamar a atenção da Hanako é: 1) ir pro banheiro do terceiro andar; 2) bater na porta três vezes e falar “Hanako você está aí? Se repetido isso três vezes, e você escutar uma voz falando “sim!” (Hai), amigo, provavelmente você verá Hanako. Ela irá te sugar para dentro do banheiro. Apesar disso ter acontecido em um só colégio, essa lenda se espalhou por todos os colégios do país e do mundo, e se tornou uma das lendas urbanas mais famosas.


4. A Mulher do Cruzamento


A mulher do cruzamento é (ou foi) uma moça que foi atropelada por um carro. Toda vez em que o motorista for uma pessoa que não ligue por ultrapassar os semáforos ou andar desnecessariamente em alta velocidade, ela aparece subtamente em sua frente pedindo “socorro” (tasukete!). Isso sempre acaba resultando em um terrível acidente de carro. Lenda ou não, no Japão, morre mais pessoas no trânsito do que em qualquer outro homicídio.


5. Teke Teke


Teke Teke é uma lenda muito conhecida e temida do Japão. A lenda fala de uma menina que foi cortada ao meio ao cair nos trilhos de um trem. Como ela ficou durante muito tempo nos trilhos agonizando em seu sofrimento, Teke-Teke, se tornou um "espirito vingativo" que perambula pelo Japão. Este espírito é conhecido por carregar uma foice e de vir se arrastando pelo chão, batendo seus cotovelos no solo, fazendo os ruídos “teke,teke,teke”, daí deu-se o seu nome.

Conta-se no Japão que certa vez um menino estava saindo da escola a noite, quando ouviu um estranho barulho atrás dele. Quando se virou viu uma linda menina na janela, ela apoiou os braços no parapeito enquanto olhava para ele. O menino perguntou para a menina o que ela fazia naquele local, já que ali era uma escola para meninos, neste momento a menina pulou da janela e caiu no chão, o menino ficou apavorado ao ver que ela não tinha a parte inferior do corpo. Foi então que a menina começou a fazer o som teke-teke enquanto se arrastava em direção a ele, que de tão apavorado não conseguia se mexer. A menina então, com sua foice partiu o garoto ao meio, imitando sua própria desfiguração. A lenda já inspirou dois filmes, “Teke Teke” e “Teke Teke 2", em 2009.


6. Okiku, A Boneca Viva


Kikuko tinha três aninhos de idade, quando adoeceu gravemente. Era agosto de 1932. Seu irmão visitava a cidade de Sapporo, Hokkaido (Ilha ao norte do Japão) quando viu uma boneca e comprou-a para Kikuko. A pequenina adorou a boneca e não mais separou-se dela, nem por um momento. Porém, a doença agravou-se e em janeiro de 1933, Kikuko faleceu. É costume no Japão, no dia da cremação do corpo, colocar os objetos que a pessoa mais gostava dentro do caixão para ser cremado junto com o corpo. Só que, a familia no auge da dor da separação, esqueceu-se de colocar a boneca junto da menina. Após a cremação, a boneca que recebeu o nome de OKIKU, foi colocada no oratório, ao lado das cinzas da criança, onde a família fazia as orações. Com o passar do tempo começaram a perceber que o cabelo da boneca parecia crescer.
 
Na década de 40 veio a guerra e a família teve de fugir para o interior, deixando a boneca com os sacerdotes do templo juntamente com as cinzas de Kikuko. Com o fim da guerra, a família voltou para a cidade, procuraram pelos seus pertences no templo, onde perceberam com espanto que os cabelos da boneca não pararam de crescer! A pedido do irmão da menina, a boneca continuou no templo. A imprensa, mostrou o fenômeno, o que chamou a atenção de pesquisadores, para que fosse dada uma explicação científica para o caso, o que não aconteceu até hoje. A imagem acima é da boneca verdadeira.

O templo que fica em Hokkaido é visitado por turistas e curiosos que querem ver a fantástica transformação da boneca. Há controvérsias, mas dizem que as transformações são visíveis: O cabelo antes nos ombros, agora chega à cintura.  Os lábios antes cerrados, estão entreabertos e úmidos,e seus olhos parecem olhar para as pessoas com expressões de quem tem vida.

Os japoneses levam muito a sério a vida após a morte e para eles que reverenciam deuses e objetos, tudo é dotado de espírito e precisa ser queimado quando não é mais usado, em sinal de agradecimento e para que descansem em paz após serviços prestados.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Elizabeth Báthory: A Condessa Sanguinária

Elizabeth Bathory (Erzsebet Báthory, do original), foi uma condessa húngara da renomada família Bathory e também uma das mulheres mais perversas e sanguinárias que a humanidade já conheceu. Ela entrou para a história por uma suposta série de crimes hediondos e cruéis que teria cometido, vinculados com sua obsessão pela beleza. Os relatos sobre ela ultrapassam a fronteira da lenda e a rotulam através dos tempos como a terrível Condessa de Sangue.

Nascida no dia 7 de Agosto 1560, filha de pais de famílias aristocráticas da Hungria, Elizabeth cresceu numa época em que as forças turcas conquistaram a maior parte do território húngaro, assistindo aos violentos conflitos territoriais (entre turcos e austríacos) e religiosos (católicos e protestantes). Vários autores consideram esse o grande motivo de todo o seu sadismo, já que conviveu com todo o tipo de atrocidades quando criança, vendo inclusive suas irmãs sendo violentadas e mortas por soldados em um ataque ao seu castelo. Foi criada na propriedade de sua família em Ecsed, na Transilvânia. Quando criança, sofreu convulsões seguidas de mudanças repentinas de humor e ataques de raiva. Teve uma ótima educação, inclusive sendo excepcional pela sua inteligência. Falava fluentemente húngaro, latim, grego e alemão. Embora capaz de cometer todo tipo de atrocidade, ela tinha pleno controle de suas faculdades mentais.

Bela e vaidosa, Elizabeth ficou noiva do conde Ferenc Nádasdy aos onze anos de idade, passando a viver, no castelo Cachtice, em Sárvár. Em 1574, ela engravidou de um camponês quando tinha apenas 14 anos. Quando sua condição se tornou visível, escondeu-se até a chegada do bebê. O casamento ocorreu em maio de 1575. O conde Nadasdy era militar e, frequentemente, ficava fora de casa por longos períodos. Nesse meio tempo, Elizabeth assumia os deveres de cuidar dos assuntos do castelo da família Nadasdy. Foi a partir daí que suas tendências sádicas começaram a revelar-se, com a tortura de um grande número de seus escravos, principalmente mulheres jovens - Especula-se que sua predileção por garotas tenha raízes em sua própria adolescência, época em que convivia com uma tia bissexual.

Quando adulta, Elizabeth tornou-se uma das mais belas aristocratas. Quem em sua presença se encontrava, não podia imaginar que por trás daquela atraente mulher, havia  uma psicopata com um mórbido prazer em ver o sofrimento alheio. Num período em que o comportamento cruel e arbitrário dos que mantinham o poder para com os criados era algo comum, o nível de crueldade de Elizabeth era notório. Ela não apenas punia os que infringiam seus regulamentos, como também encontrava todas as desculpas para infligir castigos, deleitando-se na tortura e na morte de suas vítimas. Espetava agulhas em vários pontos sensíveis do corpo das suas vítimas, como, por exemplo, sob as unhas. No inverno, executava suas vítimas fazendo-as se despir e andar pela neve, despejando água gelada nelas até morrerem congeladas. O marido de Báthory juntava-se a ela nesse tipo de comportamento sádico e até lhe ensinou algumas modalidades de punição: o despimento de uma mulher e o cobrimento do corpo com mel, deixando-o à mercê de insetos.

Em 1604 seu marido morreu e ela se mudou para Viena. Desse ponto em diante, conta a história que seus atos tornaram-se cada vez mais pavorosos e depravados. Em um acesso de raiva teria chegado a abrir a mandíbula de uma serva até que os cantos de sua boca se rasgassem. A fama de vampira surgiu, num primeiro momento, do seu hábito de morder e dilacerar a carne de suas criadas. Mas Elizabeth foi ainda mais longe. Há relatos de que numa certa ocasião, uma de suas criadas puxou seu cabelo acidentalmente aos escová-los. Tomada por uma ira incontrolável, Bathory a espancou até a morte. Dessa forma, quando o sangue espirrou em seu rosto, se encantou em vê-lo clarear sua pele depois de seco. Daí vem a lenda de que a condessa se banhava em sangue em busca da beleza eterna.

Nos anos que se seguiram à morte do marido, a companheira de Elizabeth no crime foi uma mulher de nome Anna Darvulia (suposta amante), de quem pouco se sabe a respeito. Quando Darvulia adoeceu, Elizabeth se voltou para Erzsi Majorova, viúva de um fazendeiro local. Majorova parece ter sido responsável pelo declínio mental final de Elizabeth, ao encorajá-la a incluir algumas mulheres de estirpe nobre entre suas vítimas, das quais bebia o sangue. Em virtude de estar tendo dificuldade para arregimentar mais jovens como servas à medida que os rumores sobre suas atividades se espalhavam pelas redondezas, Elizabeth seguiu os conselhos de Majorova. Em 1609, ela matou uma jovem nobre e encobriu o fato dizendo que fora suicídio. 

Os criados que escaparam da tortura da condessa, foram cúmplices dela. Entre os cúmplices posteriormente julgados com a condessa, estavam a babá de seus 4 filhos (Anna, Ursula, Katherina e Paul), o servo aleijado Ficzko, outra serva chamada Dorka e uma camponeza que muitos acreditavam ser bruxa.

No início do verão de 1610, tiveram início as primeiras investigações sobre os crimes de Elizabeth Báthory. Todavia, o verdadeiro objetivo das investigações não era conseguir uma condenação, mas sim confiscar-lhe os bens por motivos de dívidas de seu finado marido.

Elizabeth teria sido flagrada em seu estranho banho pelo seu primo, o conde Thurzo e, descoberta, foi presa no dia 26 de dezembro de 1610. O julgamento teve início alguns dias depois, conduzido pelo conde Thurzo. Uma semana após a primeira sessão, foi realizada uma segunda. Nesta, foi apresentada como prova uma agenda encontrada nos aposentos de Erzsébet, a qual continha os nomes de 647 vítimas, todos registrados com a sua própria letra.

Seus cúmplices foram condenados à morte. Elizabeth foi condenada à prisão perpétua, em solitária. Foi encarcerada em um aposento do castelo de Čachtice, sem portas ou janelas. A única comunicação com o exterior era uma pequena abertura para a passagem de ar e alimentos. A condessa permaneceu lá os seus três últimos anos de vida, tendo falecido em 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras dos Báthory, em Ecsed.

No julgamento de Isabel, não foram apresentadas provas sobre as torturas e mortes, baseando-se toda a acusação no relato de testemunhas. Após sua morte, os registros de seus julgamentos foram lacrados, porque a revelação de suas atividades constituiriam um escândalo para a comunidade húngara reinante. O rei húngaro Matias II proibiu que se mencionasse seu nome nos círculos sociais.

Cinema

Em 2008, foi filmado "Bathory", sendo este uma produção da República Tcheca. O filme romantiza a história da condessa, assim como lança algumas possíveis explicações para as lendas que surgiram sobre ela. Em 2009, outro filme sobre Elizabeth é lançado, trata-se de uma produção alemã intitulada "The Countess" (A Condessa). Sobre este último, segue o trailer abaixo: