segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A história por trás de cada signo

Os 12 conjuntos de estrelas que representam os signos de hoje foram padronizados ainda na Antiguidade, a partir da influência de imagens da mitologia de babilônios, egípcios e principalmente dos gregos e romanos. Os gregos antigos atribuíam aos conjuntos de estrelas situados na região do zodíaco, histórias e lendas associadas com os feitos de seus deuses e heróis. É isso mesmo, poucos sabem, porém, cada signo possui uma lenda da mitologia grega (tinha que ser!). Essas histórias muito interessantes explicam, por exemplo, porque um carangueijo é o simbolo do signo de Câncer, ou porque um ser metade homem metade cavalo é o símbolo de Sagitário. Nesse post, conheça a história do seu signo!

ÁRIES


O rei Atamante tinha por rainha a deusa Nefele, com quem teve dois filhos: Frixo e Hele. Tendo que retornar ao Olimpo, a deusa deixou as crianças aos cuidados do pai. Depois de um tempo, Atamante uniu-se a Ino, que planejou livrar-se das crianças, filhos da "ex" de seu marido. Decidiu espalhar doenças e secar as sementes dos cereais prejudicando as futuras colheitas. Prevendo que Atamante consultaria o oráculo para saber as causas das desgraças, subornou os sacerdotes, para que convencessem o rei que a única forma de aplacar a ira dos deuses era sacrificando os filhos que teve com Nefele.
Embora com grande sofrimento, Atamante, pelo bem do povo, obedeceu as ordens do oráculo. Nefele, indignada, a tudo assistia. Para proteger os seus filhos, encontrou-se com eles às escondidas, avisando-os que no dia do sacrifício um carneiro com lã de ouro desceria dos céus e aterrizaria diante deles. Orientou-os a montar no carneiro. O único cuidado que deveriam ter era de não olhar para baixo durante o vôo. No dia do sacrifício, o carneiro surgiu e levou as crianças. Hele, no entanto, apesar das recomendações, não resistiu à tentação e olhou, caindo ao mar no local que ficou depois conhecido como Helesponto (hoje Dardanelos). Frixo chegou salvo à Cólquida onde sacrificou o carneiro em homenagem à Zeus, que o colocou no céu, entre as estrelas.

TOURO


A imagem do touro vem de um mito grego em que Zeus, o chefe dos deuses, teria se encantado com a beleza de Europa, filha de Agenor, e para seduzí-la, transformou-se em um magnífico touro branco. A jovem, que divertia-se na praia com suas amigas ao ver o animal aproximou-se, acariciou-o e, encantada com a sua docilidade, montou-o. 
No mesmo instante, o touro disparou em direção ao mar, detendo-se apenas na ilha de Creta, onde Zeus deu-se a conhecer amando a jovem. Orgulhoso de seu feito, Zeus pôs o touro entre as estrelas.

GÊMEOS


Zeus, disfarçado de cisne, fecundou Leda que teve os gêmeos Castor e Pólux, nascidos de um ovo. Pólux, ao contrário de seu irmão Castor, era imortal. Os dois eram muito unidos e cuidadosos um com o outro. Numa região próxima, conheceram e se apaixonaram pelas irmãs Febe e Ilaira. Mas elas eram noivas e eles resolveram raptá-las. Os noivos, Idas e Linceu, perseguiram os irmãos. No confronto que se seguiu, Idas atirou sua lança ferindo mortalmente Castor. Pólux, enlouquecido de ódio, matou todos ao seu redor. Pólux, desesperado, pediu a Zeus que transferisse sua imortalidade para Castor. Sem saber o que fazer, Zeus atende ao pedido, e assim que Castor recebe a luz da imortalidade, Pólux começa a morrer. Castor pede então a Zeu, que não deixe seu irmão morrer e que trocasse sua vida pela dele. Zeus atende ao pedido e enquanto um estava na terra, outro estaria no céu. Inconformados por não estarem sempre juntos, Castor e Polux foram transformados na constelação de gêmeos, onde estariam juntos para sempre.

CÂNCER


A Hidra de Lerna era uma serpente colossal que amedrontava a região de Lerna, no Peloponeso, destruindo rebanhos e plantações. A Hidra possuia nove cabeças, e a cada uma cortada, duas nasciam no lugar. O segundo dos doze trabalhos impostos à Hércules pelo rei Euristeu, foi livrar a região desse terrível monstro.
Hércules planejou livrar-se da Hidra degolando as suas cabeças. Para levar a termo o seu trabalho, contou com a ajuda de seu amigo Iolaus. Para evitar o contínuo ressurgimento, Hércules as decepava e Iolaus cauterizava o local impedindo o aparecimento das novas cabeças. Após eliminar todas as mortais, enquanto se preparava para enterrar a última, Hera, que odiava Hércules por ser filho de uma relação adúltera de Zeus com uma mortal, mandou um enorme caranguejo para impedí-lo. O herói esmagou-o com os pés e conseguiu concluir o seu trabalho. Iolaus ateou fogo ao reduto da Hidra queimando seus restos evitando que ela pudesse ressurgir. Hera recolheu o caranguejo e elevou-o ao céu na forma de uma constelação. Em latim, câncer quer dizer caranguejo.

LEÃO


Um gigantesco leão aterrorizava a população da região de Neméia, assustando e matando gado e pessoas. Como o animal se entocava em uma caverna com duas saídas, era muito difícil aproximar-se dele. Os caçadores da região pediram ajuda ao rei Euristeu, pois o animal havia se revelado invulnerável às suas armas. O rei enviou Hércules para aquele que seria o seu primeiro trabalho: exterminar o leão de Neméia. O herói fechou uma das saídas da caverna, obrigando o animal a abandoná-la pelo outro lado. Hércules, que o aguardava, desferiu-lhe um violento golpe com sua clava e ao perceber que o animal ficara tonto, em rápida ação, montou sobre ele e o estrangulou até a morte. Hércules passou a usar o duro e resistente couro do animal como uma capa protetora. Para perpetuar a coragem de seu filho, Zeus transformou o leão em uma constelação.

 VIRGEM e LIBRA


A historia de Astréia ilustra a origem desse signo. A virgem Astréia, filha de Zeus e Têmis, a deusa da justiça, costumava passear pela Terra ao lado de sua irmã Modéstia. Porém, certo dia, ao ver um homem pesando a mais a mercadoria de um freguês, Astréia fica indignada com tal injustiça e também com tanta guerra e violência que começou a se instaurar no mundo e pede a Zeus que as leve embora da Terra. Triste com tal decisão, Zeus coloca-a na constelação de virgem. Seu símbolo, a balança, é colocado na constelação de libra.

ESCORPIÃO


Apesar da promessa de ser eternamente virgem e desprezar os homens, a deusa da noite e da lua Ártemis, certa vez se apaixonou por Órion, que era fiho do deus do mar Poseidon, e por isso ele tinha o dom de andar na supefície da água ou embaixo dela. Apolo, irmão gêmeo de Ártemis, enciumado, impediu o amor entre os dois mediante uma grande perfídia: achando-se em uma praia, na companhia da irmã, desafiou-a a atingir, com a sua flecha, um ponto negro na água, e que mal se distinguia, devido à grande distância. Ártemis, toda vaidosa, prontamente retesou o arco e atingiu o alvo, que logo desapareceu no abismo do mar, fazendo-se substituir por espumas ensangüentadas. Era Orion, que ali nadava submergido, fugindo de um imenso escorpião criado por Apolo para persegui-lo. Ao saber do desastre, Ártemis, cheia de desespero, conseguiu de seu pai, Zeus, que o escorpião fosse transformado em constelação.

SAGITÁRIO


Durante seu quarto trabalho, Hércules visita um centauro amigo seu, chamado Folos. O centauro, uma criatura metade homem, metade cavalo, convida o herói a comer em sua caverna. Hércules percebe que o amigo não o oferecera vinho para beber e ao dizer sua constatação ao amigo, ele lhe diz que normalmente não faria tal agrado, pois o vinho dos centauros é inigualável e que seus irmãos ficariam furiosos com um humano bebendo deles. Porém, o bruto Hércules pega o vinho e o bebe. Vários centauros chegam e ficam furiosos com a presença de Hércules em sua cova e o fato dele estar bebendo o vinho, e se armam contra o intruso. Quíron é o único que vem em defesa do herói, porém de nada adianta. A batalha começa, os centauros jogando pedras e Hércules lançando suas flechas do alto, embebidas no veneno da Hidra de Lerna. Depois de um tempo, os centauros fogem, deixando a mostra a terrível situação: dentre todos os mortos, Quíron também havia sido ferido. Mesmo sendo imortal e com todos os seus conhecimentos medicinais, a dor não ameniza e o centauro pede a Zeus que tire sua imortalidade para poder morrer em paz. Zeus atende ao pedido mas, ao invés de deixar seu corpo ser levado pro Hades, ele o coloca nas estrelas, na constelação de sagitário.

CAPRICÓRNIO


O deus da natureza, Pã, um ser metade homem, metade bode, estava, ao entardecer, tocando sua flauta às margens de um rio, quando surgiu o terrível monstro Tífon, que possuía centenas de braços e cabeças. Assustado, mergulhou no rio, pois Tífon odiava água, e transformou a parte submersa de seu corpo em peixe para se locomover, enquanto a outra metade continuou assemelhada ao corpo de uma cabra. Zeus considerou uma estratégia muito esperta e, como homenagem, transformou Pã na constelação de Capricórnio.

AQUÁRIO


Ganimedes era um jovem de extrema beleza, filho dos reis de Tróia. Um dia quando pastoreava o rebanho de seu pai, Zeus o avistou e se apaixonou por ele, se transformou em águia, o raptou e o levou até o monte Olimpo para servir-lhe como copeiro e aguadeiro, o "garçom" dos deuses, substituindo a jovem Hebe que teve esta missão, porém um dia caiu e derramou a bebida sagrada dos deuses, e foi mandada embora. Zeus botou o seu amado nas estrelas, afinal, é Ganimedes quem simboliza o signo de Aquário com uma jarra derramando água, o fiel servidor dos deuses.

PEIXES


Afrodite, deusa do amor, e seu filho Eros (o Cupido) teriam se transformado em peixes para escapar do titã Tifon, que não suportava a água. Atena, deusa grega da sabedoria, criou a constelação para lembrar a fuga.

As belas ilustrações do post são do artista japonês Kagaya Yutaka.