segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Jasão e os Argonautas

Pois é, pessoal, o mundo nem acabou, que surpresa hein?? Mas 2012, por outro lado, está acabando sim! Esse foi um ano bem agitado para mim, com momentos inesquecíveis, bons e ruins...
Neste que é o último post do ano, eu poderia muito bem falar de algo relacionado ao natal pra gente entrar no clima "mágico e maravilhoso" desta época, porém, se teve um ano que eu não consegui entrar no clima natalino, foi este. Então decidi encerrar o ano com 2 incríveis histórias, coisa que eu amo. Uma delas é a fantástica lenda de Jasão, da mitologia grega - só pra não perder o hábito - e a segunda, no outro post, é sobre a assustadora e familiar Bruxa de Blair. Mas antes de irmos para a nossa deliciosa leitura, claro, quero desejar a vocês um feliz natal e um feliz ano novo, e que 2013 seja um dos melhores anos de nossas vidas!!! Até ano que vem, galera :)


~ ~ ~

O rei Atamante tinha por rainha a deusa Nefele, com quem teve dois filhos: Frixo e Hele. Depois de um tempo, Atamante apaixonou-se por Ino, e com ela teve mais dois filhos: Learco e Melicertes. Ino não suportava os filhos de Nefele e planejou livrar-se das crianças. Decidiu espalhar doenças e secar as sementes dos cereais prejudicando as futuras colheitas. Prevendo que Atamante consultaria o oráculo para saber as causas das desgraças, subornou os sacerdotes, para que convencessem o rei de que a única forma de aplacar a ira dos deuses era sacrificando os filhos que teve com Nefele.

Atamante decide a sacrificar seus filhos

Embora com grande sofrimento, Atamante, pelo bem do povo, obedeceu as ordens do oráculo. Nefele, indignada, a tudo assistia. Para proteger os seus filhos, Nefele encontrou-se com eles às escondidas, avisando-os que no dia do sacrifício ela iria enviar um carneiro com lã de ouro, que desceria dos céus e aterrizaria diante deles. Orientou-os a montar no carneiro. O único cuidado que deveriam ter era de não olhar para baixo durante o vôo se não iriam cair. No dia do sacrifício, o carneiro surgiu e levou as crianças. Hele, no entanto, apesar das recomendações, não resistiu à tentação e olhou, caindo ao mar no local que ficou depois conhecido como Helesponto (hoje Dardanelos). Frixo chegou salvo à Cólquida, na corte do rei Eestes. Eestes recebeu Frixo de maneira gentil, e, quando o menino sacrificou o carneiro a Zeus, entregou o precioso velocino ao rei. Eestes dedicou o velocino a Ares e o depositou num bosque sagrado ao deus da guerra, sendo guardado por uma temível serpente. Frixo, depois de alguns anos, casou-se com a filha do rei do local.


Atamante, pela ira dos deuses, enlouqueceu. Acometido de súbita fúria, ele lançou seu filho Learco pela janela do palácio. Tomada de pavor, Ino se precipitou de um rochedo com o outro filho Melicerte.

A fama do Velocino de ouro espalhou-se por todo o mundo antigo, pois se dizia que ele tinha o dom de trazer prosperidade, riqueza e auto-realização espiritual a quem o possuísse. Muitos eram aqueles que cobiçavam o tesouro, porém o único homem valente e puro o suficiente para realizar essa façanha nascia naquele momento.

Em Iolco, Esão, ao assumir o trono, se casou com Polimede e teve com ela um filho de nome Jasão. Pélias, meio irmão de Esão, usurpou o trono e matou Esão e sua mulher, lançando Jasão, a criança herdeira do trono, ao mar. Jasão ainda bebê foi recolhido pelos deuses e levado ao Olimpo para ser educado pelo centauro Quíron junto a outros heróis.

Jasão e Quíron

Ao completar vinte anos, Jasão decidiu reivindicar o poder que por direito lhe pertencia e decidiu retornar à Iolco. O rei ao vê-lo, embora não o reconhecesse, suspeitou do estrangeiro ao lembrar-se do oráculo que havia predito sobre a ameaça que sofreria vinda de um homem de apenas uma sandália. E Jasão assim se apresentava, visto que havia perdido uma de sua sandálias durante a viagem, ao atravessar um rio de forte correnteza.

Apavorado com a previsão do oráculo e já ciente das intenções do sobrinho, resolveu eliminar o inimigo. Para tanto, incumbiu-o de ir até Cólquida capturar o Velocino de Ouro. Devido ao alto grau de periculosidade, esse empreendimento praticamente significava uma condenação à morte, mas Jasão, herói por excelência, não repudiou. Um comunicado foi enviado por toda a Grécia a fim de convidar jovens fortes e corajosos que estivessem dispostos a participar da difícil empreitada. Atenderam ao chamado mais de cinquenta heróis, entre eles, Hércules, Cástor e Pólux, Orfeu e muitos outros, numa grandiosa embarcação, denominada Argos, em homenagem ao seu criador, o filho de Frixo, Argos. Seus navegantes ficaram conhecidos como os argonautas.


Orfeu, que tinha o dom da música, ficou incubido de cadenciar o trabalho dos remadores. Tífis, discípulo de Atena na arte da navegação foi designado piloto. Jasão e seus amigos enfrentaram muitos obstáculos na viagem. Castor e Pólux, gêmeos filhos de Zeus, atraíram a proteção do pai durante a tempestade que a nau foi obrigada a enfrentar.  Orfeu sobrepujava com sua música, o canto das sereias que tentavam seduzir os navegantes para afogá-los.

Os Argonautas aportaram na ilha de Lemnos para descansar e logo descobriram que o local era habitado somente por mulheres, governadas, na época, pela rainha Hipsípile. A jovem rainha contou a Jasão que Lemnos havia sido invadida, e todos os homens assassinados, convidando os Argonautas a tomarem os lugares dos seus falecidos esposos. Mas o que Jasão não sabia era que ele e seus amigos seriam assassinados como aqueles que os haviam antecedido, pois essas mulheres são Amazonas, guerreiras que odeiam os homens. Antes mesmo de perceberem o ardil, os Argonautas decidem ir embora e, enquanto velejam pelo Helesponto, ouvem: "fuja da costa amazônica, ou sofrerão as consequências!"

Quando aportaram com a sua nau na ilha de Misia para descansar e pegar um novo mastro para seu navio, aconteceu que um dos argonautas, Hilas, foi atraido pelas ninfas da floresta e levado ao fundo das águas. Hércules ficou irreparavelmente desconsolado pois Hilas era seu jovem amante e abandonou a expedição para tentar encontrá-lo.

Hilas, o jovem amante de Hércules
Quando chegaram na terra dos bebrícios, o rei Âmico, gigante filho de Poseidon, desafiou os jovens em uma luta, estranho hábito que tinha com a chegada de todo visitante. Pólux representou os companheiros, derrotou o rei e o fez prometer que jamais importunaria os estrangeiros que chegassem ao local.

Depois, desembarcaram na Trácia, onde reinava o infortunado rei Fineu, filho de Agenor. Sobre Fineu pesava uma terrível maldição. Apolo havia dado a ele o dom da profecia e assim Fineu revelou a todos os segredos dos deuses, e ainda de forma direta e simples, e não por forma de enigmas como deviam fazer os oráculos e advinhos. Então Zeus, para puni-lo, lhe enviou as harpias - aves gigantes com rosto de mulher - para que tirassem a sua visão e mesmo depois de cego as harpias continuaram a atormentá-lo, roubando toda comida que lhe era dada, fazendo com que o rei passasse muita fome. Fineu era um homem que sofria muito, pois recebia comida como oferenda por suas visões, mas quando tentava comer era impedido pelas harpias.


O rei já estava prestes a morrer de fome quando os Argonautas chegaram. Ele prometeu revelar como passar por entre as Simplégades, duas enormes rochas flutuantes que se fechavam violentamente, esmagando qualquer coisa que por entre elas passasse e que abria caminho para a Cólquida. Os argonautas Zetes e Calais, filhos de Orítia, que tinham asas nos pés e na cabeça, conseguiram expulsar as harpias para longe, possibilitando que o magérrimo Fineu se deliciasse em um banquete. Em agradecimento, Fineu revelou que para passar pelas simplégades, eles deviam soltar um pombo para voar entre elas, as rochas iam se juntar e quando elas se afastassem novamente, eles, remando com toda a força, conseguiriam passar. Eles assim fizeram e obtiveram sucesso, apesar de parte da popa ter sido destruída.


Enfim os argonautas chegaram à Cólquida, porém, suas dificuldades não se esgotaram, pois o rei Eetes, tão logo tomou conhecimento das intenções do chefe dos argonautas, incumbiu-o de nova bateria de árduas tarefas. Como condição para lhe entregar o Velo de Ouro, deveria domar dois touros selvagens de pesadas patas de bronze e que expeliam fogo pelas narinas, que lhe tinham sido oferecidos por Hefesto. Feito isso, o próximo passo seria atrelar o arado aos dois animais para arar a terra e semeá-la com dentes de uma serpente que fora morta por Cadmo em tempos passado.

Contudo, nem bem haviam chegado à Cólquida, o chefe dos argonautas já tinha conquistado o coração da filha do rei Eetes e da rainha Hécate, a princesa Medéia, famosa por suas habilidades na arte da feitiçaria que se colocou à sua disposição para ajudá-lo através de seus poderes mágicos. Foi Hera que pediu a Afrodite para que fizesse Medéia se apaixonar por Jasão e assim ajudá-lo a cumprir as tarefas, pois Hera, que é a deusa da família, ficou indignada com os crimes de Pélias contra seus parentes e queria que Jasão conseguisse puni-lo.


Para domar os touros, Medeia entregou a Jasão uma erva que o tornou invulnerável ao fogo e ao ferro. Uma vez preparada a terra e plantados os dentes da serpente, brotaram terríveis guerreiros que avançavam em direção a Jasão. Contudo, Medeia, conhecedora da história de Cadmo, dá-lhe a simples solução para o problema: basta lançar uma pedra, de longe, para o meio desse exército erguido da terra. Os soldados entrariam em discussão sobre quem atirara a pedra e matariam uns aos outros.

Somente quando muitos já haviam morrido e os poucos que restaram se encontravam extenuados pela batalha é que Jasão se apresentou para o combate exterminando os restantes. Surpreso com a vitória do forasteiro, o qual ele achou que jamais conseguiria realizar as tarefas, Eetes descumpriu sua palavra recusando-se a entregar o Velocino de Ouro, e idealizou um plano para matar Jasão e incendiar Argo. Mais uma vez o herói foi salvo por Medéia que tomando conhecimento das intenções do pai, avisou Jasão do perigo que corria. Levou o herói às escondidas onde ficava guardado o precioso Velocino e adormeceu a enorme serpente que o guardava com seus mágicos cantos e, juntamente com Jasão, roubou o Velocino de Ouro. Em seguida, embarcou com os argonautas levando o Velo e Apsirto, filho do rei, tomado como refém.

A morte de Apsirto

Sentindo-se duplamente enganado, Eetes partiu pelos mares em busca de seus filhos. Medeia, sabendo da atitude do pai, matou e esquartejou impiedosamente o irmão Apsirto, lançando seus restos mortais ao mar a fim de atrasar a perseguição, com efeito. Ao ver os restos do filho boiando, Eetes desesperado, se deteve a recolhê-los pois queria dar um funeral digno ao seu filho. Argo tomou distância mas acabou por se desviar da rota porque Zeus, revoltado com a natureza do crime praticado por Medeia, enviou uma borrasca que atingiu a embarcação. Era necessário purificar-se de tão hediondo crime ou não conseguiriam chegar vivos ao seu destino e por isso aportaram no reino de Circe, maga que através de suas magias e encantamentos os purificou, aplacando a ira dos deuses.
 
Pélias, ao ver chegar o chefe dos argonautas trazendo o Velocino de Ouro, recusou-se a honrar sua palavra devolvendo-lhe o trono. Enraivecido, Jasão clamava por vingança, porque além de recusar-lhe o poder sobre Iolco, o rei, aproveitando-se de sua ausência, induziu seus pais ao suicídio, e em seguida assassinou seu irmão Promaco. Mais uma vez Medeia veio em seu auxílio para vingá-lo. Fazendo-se amiga das filhas do rei, diz-lhes que é capaz de rejuvenescer quem ela quiser. Para o provar, mandou esquartejar um carneiro velho e colocou-o dentro de um caldeirão com uma poção fervente. Tendo feito um feitiço, ela retirou o animal, inteiro e de bastante boa saúde. As meninas, excitadas, correram a esquartejar o seu pai Pélias e lançar os seus pedaços dentro do caldeirão. Como é óbvio, ele não voltou a sair de lá com vida. Depois deste incidente macabro, Medeia fugiu com o seu amado para Corinto, onde o triste fim de Jasão se aproximava.

Em Corinto, a felicidade de Medeia foi de pouca duração. Já com filhos de Jasão, foi alvo da intriga do rei Creonte que influenciou Jasão a deixá-la, de modo a casá-lo com a sua filha, Creúsa (ou Glauce). Tendo convencido Jasão, tratou de banir Medeia de Corinto. Esta, contudo, antes de abandonar a cidade, ainda conseguiu vingar-se, novamente aliando astúcia com magia. Fez chegar às mãos de Creúsa um vestido e jóias - um presente literalmente envenenado, já que cada acessório tinha sido embebido numa poção secreta. Assim que a sua rival se vestiu, sentiu o seu corpo invadido de um fogo misterioso que logo se espalhou para o seu pai, que a tentou socorrer, bem como para todo o palácio - episódio este que tem semelhanças com a morte de Hércules.

Medeia mata seus filhos para se vingar do marido infiel

Alguns narradores contam que Medeia, em fuga, não teve possibilidade de levar consigo os filhos que, perante a negligência de Jasão, foram apedrejados até à morte pela família de Creonte, como vingança. Contudo, a versão mais conhecida é ainda mais sombria e deve-se a Eurípides, na sua tragédia é a própria Medeia quem mata os filhos antes de fugir para Atenas, não num acesso de loucura, mas num ato de fria vingança em relação ao marido infiel. Eurípides foi, na altura, acusado de ceder perante um elevado suborno de cidadãos coríntios que preferiam uma versão onde não fosse o povo daquela cidade a cometer o infanticídio.

Medeia fugiu para Atenas, onde se casa com o Rei Egeu. Eles tiveram um filho, Medo. Quando Teseu, o outro filho de Egeu, volta, Medeia tenta envenená-lo, mas essa já é outra história...

Existem muitas versões para o final de Jasão. Na primeira delas, o herói, desesperado devido a morte de Creusa e seus filhos, se suicida. Em outra, quando descansava sob a sombra de Argos, morreu esmagado pela popa do próprio navio que desaba sobre ele.

A Lenda da Bruxa de Blair



Todo mundo já deve ter visto ou pelo menos ouvido falar do filme A Bruxa de Blair, que é um longa de terror que fez um sucesso gigantesco no fim dos anos 90. O filme contava a história de 3 jovens que foram para a floresta de Burkittsville, Maryland, Estados Unidos, para gravar um documentário sobre uma lenda local de uma bruxa.

Durante o filme a lenda que eles investigam se mostra real e a bruxa os deixa perdidos na floresta, fazendo com que todos corram. Contudo o que deixou o longa mais famoso foi que ele era gravado como se fosse tudo real, mas não era. Apesar disso, a lenda da bruxa existe, e ela tem seu fundo de verdade...


A história dessa cidade, chamada de Blair, é mais antiga do que se possa imaginar, remontando ao ano de 1771, que foi a data de sua fundação, quando ela tinha não mais do que duas ruas e uma dúzia de casas. Durante 14 anos a cidade prosperou normalmente, até que no fim de 1785, uma mulher que vivia no local, Elly Kedward, foi acusada de bruxaria. Algumas crianças disseram que ela as levava para sua casa e tirava sangue dos pequenos.

No meio do rígido inverno daquele ano,  a suposta bruxa foi expulsa do vilarejo, sendo abandonada na floresta a sua própria sorte, o que certamente deve ter causado sua morte por hipotermia.


Durante um ano, a cidade de Blair viveu em paz, e o problema parecia ter sido definitivamente resolvido. Mas depois de um ano,  as coisas começaram a ficar feias na cidade. Durante o rigoroso inverno de 1786, todas as crianças e adultos locais que haviam acusado Elly de bruxa simplesmente desapareceram sem explicação alguma. Todos que sobraram juraram jamais citar o nome da bruxa de novo.


Em 1825, logo depois da cidade deixar de se chamar Blair e se tornar Burkittsville, as coisas começaram a ficar realmente assustadoras, pois a morte de uma criança fez com que todos temessem a volta da bruxa, pois no mês de agosto daquele ano 11 pessoas assistiram uma menina de apenas dez anos morrer afogada no riacho Tappy East. Todos que assistiram o terrível acontecimento dizem que viram claramente uma mão pálida brotar da água e puxar a menina para morte. O corpo dela jamais foi encontrado.

Em março de 1886, Robin Weaver, 8 anos, desaparece. Várias equipes de resgate o procuraram.
Mais de um dia se passou e o grupo de busca não retornou, muito menos o menino sumido. Pensando que talvez os homens estivessem perdidos, talvez por causa da noite ou quem sabe a floresta poderia ter os enganado. Por esse motivo uma segunda equipe partiu em busca da primeira e ainda acreditando que poderiam achar o pequeno garoto.

Depois de algumas horas de busca os primeiros homens foram encontrados, mas aquela altura eles eram apenas pedaços, pois todos tinham sido estripados e suas vísceras estavam espalhadas pelo chão, com as mãos e pés amarrados.

As buscas foram suspensas, pois não havia ninguém com coragem o bastante para entrar na maldita floresta de novo, pois todos temiam o mesmo fim dos primeiros homens que lá entraram. Por isso Robin Weaver jamais foi visto nesse mundo novamente e seus pais não tiveram um corpo para enterrar.



Anos se passaram e a lenda da Bruxa ainda estava viva na mente de todos. Contudo em 1925, doze anos depois de ter ido morar na cidade de Burkittsville, Rustin Parr resolveu construir uma casa no meio da mata, em um lugar que ficava a mais de quatro horas de caminhada da cidade.
Rustin Parr vivia em meio à floresta, totalmente isolado. Algumas vezes ele era visto vagando pelo mato com um cachimbo no canto da boca. A quem diga que ele conversava com as árvores ou mesmo com um ser que ninguém via. Alguns diziam que Rustin era louco, outro apenas achavam que ele amava a natureza mais do que tudo.

Enquanto isso, começando por Emily Hollands, sete crianças são raptadas da área que cerca Burkittsville, em novembro de 1940 a maio de 1941.


No dia 23 de maio de 1941, Rustin Parr, o maluco da floresta, entra em um comércio do local e diz ter terminado seu trabalho. As pessoas comunicam sua estranha fala à polícia. Após procurar a casa dele na floresta, a polícia encontra os corpos das sete crianças no porão. Foram assassinadas seguindo um ritual no qual se retira as vísceras do corpo. Ele disse que cometeu os assassinatos por causa de um fantasma de uma velha que rondava a floresta perto de sua casa. Rustin foi condenado à forca.

Rustin Parr

Por sorte Kyle Brody foi uma das crianças que conseguiu, em um momento de descuido, fugir da casa e chegar até a cidade. E seu testemunho foi a chave para descoberta do criminoso que estava sequestrando as crianças. Os corpos dos sete mortos foram encontrados embaixo da casa de Rustin, todos em decomposição avançada.

Depois disso o estranho homem que vivia no meio da floresta foi a julgamento e recebeu a pena de morte por enforcamento. No dia 22 de novembro de 1941, Rustin Parr foi enforcado. Todos acharam que tudo estava acabado e que desta vez a maldição da Bruxa havia terminado, porém ainda faltava algo e o único sobrevivente do massacre das crianças tinha um futuro sombrio pela frente.


No ano de 1957, Kyle Brody, o garoto que viu todos os outros serem mortos, foi internado em um hospício depois de ter sido preso varias vezes por vagabundagem. E durante anos foi sendo jogado de um manicômio para outro, sempre causando problemas com ataques de raiva e delírios.

Em 1961, depois de receber a refeição do dia Kyle pegou a colher de madeira que recebeu para comer e começou a raspa-la no chão até que ficou afiada. Com a arma pronta ela a enfiou bem fundo em seu próprio pulso, rasgando sua carne e veias, fazendo o sangue jorrar para todos os lados enquanto a vida ia deixando seu corpo…


Assim morreu, sangrando até a morte, o último amaldiçoado de Burkittsville e o trabalho da Bruxa estava completo, pois todos os envolvidos com aqueles ritos satânicos tiveram uma morte macabra.
Hoje em dia algumas pessoas ainda visitam a floresta de Blair, em busca da Bruxa, mas ela jamais se manifestou de novo, mas como se sabe ela costuma sumir de tempos em tempos, até sua historia sumir da memória, então ela volta com um golpe ainda maior, matando todos que estiverem envolvidos, sejam homens ou crianças, pois a maldição da Bruxa de Blair jamais se extingue, apenas espera a hora certa para atacar e ser lembrada novamente... 

E então, que tal fazer uma visitinha até Burkittsville?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"Amor só de Mãe", um curta metragem nacional e assustador sobre a pomba gira!


E aí, pessoal, como vai? Hoje tenho o prazer de apresentar a vocês um excelente curta metragem de terror aqui da nossa terra chamado "Amor só de Mãe", que é simplesmente sobre a pomba gira!!! O curta é produzido, escrito e dirigido pelo genial Dennison Ramalho, o qual já ganhou meu respeito e admiração, pois este é um dos filmes nacionais mais assustadores que já vi, mesmo tendo apenas 20 minutos! O curta foi um dos mais caros já produzidos no Brasil e isso é percebido claramente devido a grande qualidade da obra. Não deixem de ver também, vocês não vão se arrepender. Mas só vou avisando que o curta tem cenas fortes de sexo, assassinato e satanismo :) 

 

 Adoraria ver um longa metragem assim, mas aqui no Brasil praticamente só querem financiar filmes de tiroteio na favela e comédias idiotas :/

sábado, 3 de novembro de 2012

Cadmo

Zeus encantou-se com a beleza de Europa, filha do rei Agenor, e para seduzí-la, transformou-se em um magnífico touro branco e misturou-se ao rebanho de Agenor, que sempre pastava na praia. A jovem, que divertia-se na praia com suas amigas, ao ver o animal aproximou-se, acariciou-o e, encantada com a sua docilidade, montou-o. No mesmo instante, o touro disparou mar adentro, levando Europa consigo até a ilha de Creta, onde Zeus deu-se a conhecer amando a jovem.


Agenor, desesperado, ordenou a seu filho Cadmo que saísse à procura da irmã e que não ousasse voltar sem ela. Cadmo resolve explorar as diversas ilhas que cercam a Grécia, mas não teve êxito. Saiu então mundo afora com seus fiéis companheiros, interrogando os habitantes dos diferentes lugares, em vão: ninguém tinha noção do paradeiro de Europa e, não se atrevendo a regressar sem cumprir a missão, Cadmo decide consultar o oráculo de Apolo.

A resposta não é a que Cadmo espera: os deuses ordenam que ele abandone sua busca, pois nunca encontrará Europa. E como ele não poderá tornar à casa paterna, os deuses ainda ordenam que ele funde uma nova cidade. "Ao sair do santuário, você encontrará uma vaca", disse o oráculo. "Siga o caminho pelo qual ela o guiar. Na campina em que a vaca se detiver, funde uma cidade e lhe dê o nome de Tebas." Depois de agradecê-lo, Cadmo obedeceu suas instruções e seguiu a vaca, que anda incansavelmente por dias e noites, até se deitar, exausta, em um campo. Era ali que se localizaria a nova cidade.

Cadmo quis oferecer o animal em sacrifício aos deuses. Como precisava de água pura para as libações, mandou os companheiros irem buscá-la. Perto, estendia-se um velho bosque, que jamais fora profanado pelo machado, no meio do qual havia uma gruta, escondida pelo mato espesso, com o teto formando uma abóbada baixa, da qual saía uma fonte de água puríssima. Na caverna dormia uma enorme serpente, de grande crista e escamas que brilhavam como ouro. Seus olhos flamejavam como fogo, a boca era repleta de veneno e continha três fileiras de dentes. Mal haviam os soldados mergulhado suas vasilhas na fonte, provocando um ruído na água, a brilhante cobra levantou a cabeça fora da gruta e soltou um silvo horripilante. Os servos deixaram cair as vasilhas, o sangue lhes fugiu da face e eles se puseram a tremer da cabeça aos pés. Aterrorizados, não podiam fugir nem lutar, e o monstro os matou facilmente.


Enquanto isso, Cadmo juntava algumas pedras grandes e construiu um altar, onde dispôs a lenha necessária para o fogo sacrificial. Devia respeitar os ritos se quisesse que a cidade nascesse sob boas bençãos. O sol já ia alto no céu, e nenhum dos seus companheiros voltara. Inquieto, Cadmo se perguntava o que os teria retardado. Decidiu então sair à procura deles.

Tendo sua lança como única arma e, a exemplo de Hércules, uma pele de leão como couraça, entrou na floresta. Não demorou a encontrar a nascente. Mas um horrível espetáculo o esperava. Uma serpente gigantesca acabava de devorar seus queridos companheiros. Cadmo não hesitou. Ergueu a lança, atacou o monstro. Sua tristeza superava o terror que sentia, e ele só tinha uma idéia em mente: vingar os mortos ou compartilhar a sorte deles. O ferro penetrou na pele escamosa, e jatos de um sangue escuro jorraram. Mas o réptil só fora atingido de leve. Como ele não parava de se contorcer, a ponta da lança saiu da ferida. E o monstro, enfurecido, saltou sobre o herói, que escapou por um triz. Atacando a serpente mais uma vez, espetou-a e a obrigou a recuar. De súbito, ela se chocou com um galho grande de um carvalho, que transpassou sua garganta, e, ferida mortalmente, foi ao chão. 


Quando o vencedor contemplava seu adversário e chorava a perda dos amigos, a deusa Atena lhe apareceu: "Recolha os dentes do monstro", ordenou. "Semeie-os e verá nascer um exército de soldados. Entre eles encontrará novos companheiros." Cadmo efetuou a estranha semeadura.
Assim que enterrou os dentes, logo apareceu um elmo aqui, a ponta de uma lança ali, ombros, braços, e por fim um pequeno exército de guerreiros cresceu entre os sulcos recém-abertos. Teriam atacado Cadmo, se este não tivesse tido a idéia de lançar, de longe, uma grande pedra no meio deles; assim, sem saber de onde veio a pedra, começaram a atacar uns aos outros, parando apenas quando restavam apenas cinco deles; estes cinco se juntaram a Cadmo e se tornaram os fundadores das primeiras famílias de Tebas.


Cadmo ensinou o alfabeto aos gregos e Tebas tornou-se rica e poderosa. Casou-se com Harmonia, filha de Afrodite e Ares, e teve os filhos: Autonôe, Polidoro, Ino, Sêmele e Agave. A fatalidade, porém, pesava sobre a família de Cadmo, por ter ele matado a serpente consagrada ao deus da guerra, Ares. Os deuses amaldiçoaram Cadmo, sua esposa e toda a sua descendência. Por isso, a vida de seus filhos, netos e todos os que vieram depois foram marcadas por tragédias.  

Sua filha Autônoe casou-se com Aristeu (o mesmo que provocou a morte de Eurídice) e foram os pais de Acteão. Já crescido, quando Acteão estava a caçar na floresta deparou-se com a deusa Ártemis e as suas ninfas banhando-se nuas em um lago. Famosa por sua castidade, Ártemis ficou indignada e transformou Acteão em um veado, que foi devorado por seus próprios cães de caça. Noutra versão, ele teria se gabado de que era um melhor caçador do que a deusa, e acabou recebendo tal castigo.



Ino, enlouqueceu e se atirou de um precipício junto com seu filho. Sêmele era amante de Zeus. O deus atendeu ao seu pedido de mostrar-se em todo o seu esplendor e ela foi fulminada pelos raios que dele emanava. Zeus conseguiu salvar o filho e guardá-lo em sua própria coxa, onde ele completou seu desenvolvimento. Quando Dioniso nasceu, foi entregue para ser criado pelas ninfas pois foi rejeitado pela família de Sêmele que se recusou a prestar-lhe um lugar de honra em Tebas pois não acreditavam que ele era filho de um deus.

A última filha Agave tinha se casado com Equion, um dos guerreiros nascido dos dentes da serpente. Eles eram os pais de Penteu que herdou o trono de Cadmo em sua velhice. Depois de crescido, o deus do vinho e da loucura, Dionísio, retornou a Tebas com suas Bacantes, suas endoidecidas seguidoras. Mas lá, Penteu proibia o culto ao deus. Dionísio então alucinou as mulheres de Tebas, inclusive Agave, fazendo com que elas o acompanhassem junto as Bacantes. Em êxtase elas atacaram Penteu e o despedaçaram. Ainda em estado de êxtase Agave retornou à sua casa carregando a cabeça de seu filho Penteu acreditando que fosse a cabeça de um leão da montanha que havia caçado. Ao perceber a expressão de horror de Equion, lentamente Agave percebeu a tragédia consumada e enloqueceu de vez.


Cadmo e Harmonia saíram de Tebas, que se lhes tornara odiosa, e emigraram para o país dos enquelianos, que os receberam com honras e fizeram de Cadmo seu rei. O infortúnio de seus filhos continuava, porém, a atormentar o casal, e, certo dia, Cadmo exclamou: — Se a vida de uma serpente é tão cara aos deuses, eu preferia ser uma serpente. Imediatamente, começou a mudar de forma. Harmonia viu o que estava acontecendo e implorou aos deuses que a fizessem compartilhar do destino do marido. Ambos transformaram-se em serpentes. Viviam nos bosques, mas, cientes de sua origem, não evitavam a presença do homem, nem faziam mal a quem quer que fosse.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Belerofonte e a Quimera

Belerofonte era filho adotado de Glauco, filho de Sísifo; Não se sabe muito sobre ele até a sua juventude, quando matou involuntariamente o sei irmão Belero, um tirano de sua cidade natal, Corinto. A partir daí, o herói, que originalmente se chamava Hipónoo, adquiriu o nome de Belerofonte, que significa "aquele que matou Belero". Porém, com a morte dele, Ares pede a punição do herói, fazendo com que ele tivesse de sair da região, acabando por viajar até Tirinto, uma cidade vizinha.

Lá, Belerofonte é bem recebido pelo rei Preto e sua mulher Estenebéia, governantes de tal região. Ele se põe a serviço do rei, e após algum tempo, a rainha começa a amar o rapaz, belo como um deus. Assim, em um dia em que Preto estava ausente, Estenebéia fala com o jovem, ao passo que é rejeitada, devido aos laços de hospitalidade e amizade que o herói possuía com o rei. Porém, assim  que essas palavras lhe saem da boca, o amor da rainha por ele logo transforma-se em ódio. Consumida por ele, ela diz ao marido que o convidado havia assediado-a, e pede para que ele fosse morto. 

Buscando não manchar suas mãos com o sangue de seu convidado e logo depois ser punido, o rei manda Belerofonte para a Lícia, região a qual estava sob o poder de Iobates, pai de Estenebéia. Junto a ele, o rei envia uma carta, a qual dizia a situação, e que por isso o herói deveria morrer. Assim, o jovem ruma para a Lícia, e ao chegar, é recebido com muita festa pelo rei. Só depois Iobates lê a carta, depois de o ter recebido como hóspede e ter partilhado com ele uma refeição na festa – logo, segundo a lei sagrada da hospitalidade, não o poderia matar, também pelo mesmo motivo que Preto não pôde. Movido, contudo, pelo desejo de Preto, Ióbates encarrega-o de uma missão da qual Belerofonte muito dificilmente sairia vivo: matar o monstro Quimera, que devastava a região, atacando rebanhos.

A Quimera era um monstruoso produto da união entre Equidna - metade mulher, metade serpente - e o gigantesco Tífon.  A Quimera tinha cabeça e corpo de leão, com uma outra cabeça anexa de cabra  ou de dração. Além de tudo, ela expelia fogo pelas bocas e também tinha um traiçoeiro rabo de serpente.

A Quimera

Antes de ir enfrentar o monstro, Belerofonte consulta Polieido, um adivinho da região, o qual diz-lhe que só iria vencer a Quimera caso ele montasse em Pégasus, o filho imortal de Poseidon, nascido do pescoço da Medusa cortada por Perseu. Agora Belerofonte tem dois problemas: matar a Quimera e domar o Pégasus. Ele começa a perguntar às pessoas da área, ao passo que todas respondem que nunca haviam visto o cavalo alado, ou que acreditavam nele apenas como lenda. Por fim, ele chega à conclusão de que apenas as ninfas ou as Musas saberiam a resposta. Com esse pensamento, ele põe-se a caminho do monte Hélicon, local o qual as filhas de Zeus habitavam.

Chegando lá, Belerofonte é recebido por três musas, e conversa com elas, mencionando o porque de ter se dirigido para lá. Elas o dizem que tal tarefa era quase impossível de ser realizada, mas mencionam sobre a fonte Pirene, onde elas reuniam-se para cantar, pois as águas forneciam inspiração e da qual se dizia que, quem dela bebesse, tornar-se-ia poeta. A fonte teria surgido de um coiçe de Pégaso.

No caminho até a fonte indicada pelas ninfas, Belerofonte encontra um templo dedicado à deusa Atena, e pede à deusa da sabedoria que guiasse-o, para que ele conseguisse domar o cavalo. Assim que acaba as oferendas, ele dirige-se para fora do templo, e dorme. Em seus sonhos, ele vê Atena, a qual lhe revela sua verdadeira paternidade: Poseidon. No sonho, ela lhe entrega uma rédea dourada e ordena que passasse-as no cavalo, o qual estava perto deles. Ele consegue domar Pégasus, mas apenas até acordar e perceber que fora um sonho. Mas surpreendentemente, as rédeas estavam realmente ao seu lado quando ele acordou.


Logo o herói já estava de volta ao seu caminho, e rapidamente chegou aos arredores da fonte. Escondido, pacientemente esperou pela chegada de Pégasus, que aconteceu pouco tempo. Porém, assim que o cavalo chegara, ele havia percebido a presença de estranhos no seu local de descanso, e por nada acalmava-se. Pensando rapidamente, Belerofonte pega uma pedra e a joga para um arbusto atrás do cavalo, sem que ele veja. O barulho e o movimento conquistaram o olhar do animal, e antes que Pégasus pudesse se virar novamente, Belerofonte agarra-se em seu pescoço, passando rapidamente as rédeas nele. Assim que as rédeas são colocadas, Pégasus torna-se completamente amável.

Após um descanso na fonte, os dois tomam o caminho de volta à Lícia, e passaram a procurar a Quimera. Momentos depois, o herói vê uma área com troncos de árvores queimados, e vê em seguida a Quimera saindo de seu esconderijo, para ver o que ocorria fora de sua toca. Assim que vê os inimigos, o monstro começa a lançar bolas de fogo, sem sucesso. Pégasus e Belerofonte voavam alto, garantindo a escapada dos ataques. Do alto, Belerofonte pegou uma lança e arremessou em direção a Quimera, acabando por conseguir matar o monstro.


Assim, Belerofonte volta até Iobates com a notícia de que havia derrotado a Quimera. Porém, o rei planejava livrar-se dele a qualquer custo, e manda-o em direção à uma tribo de belicosos guerreiros, os quais ele mata a maioria do alto, cavalgando Pégasus, e o resto dispersa-se após tal ataque. Ainda tentando matar o herói, Iobates manda-o atacar as Amazonas, guerreiras extremamente fortes e perigosas, confronto o qual ele também sai vencedor. Porém, assim que se dirige à cidade, ao longo do rio Xanto, ele é recebido pelos guerreiros do rei.

Vendo número tão grande de guerreiros ele lembra-se da informação de Atena acerca de sua paternidade e pede ajuda à Poseidon. Assim que solicita ajuda ao seu pai, uma parede de água formou-se atrás dele, e à medida que ele avançava, também avançavam as águas em suas costas. Os soldados do rei bateram em retirada. 


Convencido, então, de que Belerofonte só pode ter origem divina, Iobates o casa com sua filha.   Tempos depois, um mensageiro chega até Preto com uma carta de Iobates, dizendo a real situação. Com isso, o mundo de Estenebéia foi abaixo pois toda aquela farsa veio á tona, e ela perdeu todo tipo de riqueza e fora banida do palácio. Recusando-se a viver como uma cidadã normal, ela acaba por encontrar seu fim em uma corda na árvore. Após a morte de Iobates, o trono passa para Belerofonte.

Porém, com o tempo, o poder subiu à cabeça de Belerofonte, somado ao fato de ele ser filho de Poseidon, fazendo-o achar que poderia comparar-se aos olimpianos. Nisso, ele pega Pégasus e ruma em direção ao Olimpo, voando cada vez mais alto. Ao ver a audácia do herói, Zeus manda uma vespa para picar o cavalo. Assim que sentiu a picada, o animal começou a debater-se com seu cavaleiro em suas costas, derrubando-o. Porém, antes de atingir o chão, Atena salva-o, portanto Belerofonte não morreu com a queda, mas sim como um mendigo louco e aleijado procurando Pégaso.

Belerofonte tentando subir ao Olimpo

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Tifão

Gaia, a Terra, para vingar a derrota de seus filhos titãs na luta contra os deuses, uniu-se a Tártaro, as trevas abismais, gerando Tifão (ou Tífon). Ao perceber que estava grávida, aproveitou e transformou seu ainda não nascido filho em uma semente e deu a Hera, que sem suspeitar de nada plantou a semente no jardim do Olimpo. Quando Tifon surgiu todos os deuses fugiram apavorados para o Egito (razão pela qual esse povo dava aos seus deuses configurações zoomórficas e tinham seus animais como sagrados). Apolo tornou-se um falcão (Hórus), Ártemis uma gata (Bastet), Dioniso um bode (Osiris), Hefesto um boi (Ptah) etc. Apenas Atena teve coragem de permanecer na forma humana.

Eles tinham motivos para sentir tanto medo. Tífon era tão grande que sua cabeça tocava os astros celestes e suas mãos iam do Oriente ao Ocidente. As vigorosas mãos desse gigante trabalhavam sem descanso, e os seus pés eram infatigáveis; sobre os ombros, erguiam-se as cem cabeças de dragão, de cada uma se projetava uma língua negra e dos olhos das monstruosas cabeças jorrava fogo; o monstro emitia mil sons inexplicáveis e, por vezes, tão agudos que os próprios deuses não conseguiam ouvi-los; ora o poderoso mugido de um touro selvagem, ora o rugido de um leão feroz. A monstruosidade de Tífão superava a de todos os outros filhos de Gaia e nunca se havia visto antes um monstro tão gigantesco e horrendo quanto ele.


Zeus vs Tifão

Zeus, irritado com a própria covardia, volta a sua forma original e enfrenta o gigantesco inimigo. Zeus atingia Tifão com seus raios, mas este consegue derrubá-lo e utiliza uma foice para arrancar as veias principais de Zeus, o deixando inconsciente e conseguindo, assim, roubar os seus raios. Os raios e as veias de Zeus foram confiados a Delfim - um dragão que habitava a Cilícia. Tífon arrasta Zeus para uma caverna e o prende, pedindo para que a monstra Delfina o vigie enquanto Tifon sai a procura dos outros deuses.

Mas Hermes, junto com Pã, conseguiu libertar Zeus assustando Delfina (pois Pã é o deus do pânico). Hermes acha as veias de Zeus e as costura, entregando ao deus também os seus raios. De posse novamente de seus poderes, Zeus força Tifão a fugir para o monte Nisa onde as Parcas dão-lhe de comer, pois estava esfomeado, frutos que lhe diminuem a força. Ainda em fuga chega à Trácia onde pelo tanto do sangue derramado deu nome ao monte Hemos. Ainda perseguido, vai Tifão para a Sicília e depois Itália, onde Zeus, concentrando todas as forças, fulmina todas as cabeças do monstro que cai sobre a terra com estrondo. Zeus prende Tifão no monte Edna, onde o monstro continua a lutar pra se libertar, sacudindo toda a ilha com os terremotos. Suas chamas ainda saem através da montanha e é o que os homens chamam de erupção vulcânica.

Junto à esposa Equidna, Tifão foi pai de vários dos terríveis monstros que povoam as aventuras de heróis e deuses, como o Leão de Neméia, a Hidra de Lerna, a Quimera e Cérbero.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Os 12 Maiores Psicopatas do Cinema

O mundo do cinema está cheio de psicopatas malucos. Cada um com uma história diferente, mas todos têm em comum o fato de serem muito cruéis, perversos e completamente perturbados. A princípio, eles se mostram uma pessoa normal, conseguem enganar todo mundo, mas sempre tem uma hora em que a máscara cai, e eles revelam toda a sua maldade e só pensam em matar. Aí é a hora da perseguição entre assassino e mocinho de tirar o fôlego, que te deixa tenso e agoniado do outro lado da tela, tentando se comunicar via TV, gritando: CORRE! VAI! ISSO!!! Adoro essas cenas, às vezes até torço pro assassino :P Mas enfim, confira essa lista que eu fiz com os 12 melhores (ou piores) psicopatas do cinema, em minha opinião.

12. Irmãos Bo e Vincent (ambos interpretados por Brian Van Holt em A Casa de Cera, 2005)


Um deles, Vincent, é um homem assustador que esconde-se atrás de uma sinistra máscara de cera. Outro, o Bo, é um bonito rapaz, aparentemente normal. Mas ambos têm em comum o fato de serem completamente malucos, psicopatas que capturam e matam pessoas para que depois sejam transformadas em bonecos de cera hiper realistas. Eles vão causar o terror num grupo de jovens que apareceram naquela pequena e misteriosa cidade toda de cera. Adoro a cena em que Bo, armado com uma espingarda, procura a linda e espertíssima Carly naquela sala de cinema (que exibia ilustrosamente O Que Terá Acontecido a Baby Jane?), onde ela se escondia fingindo ser um dos vários espectadores de cera lá presentes. E aquela cena antológica em que Nick, irmão de Carly, está interrogando Bo enquanto Carly está presa embaixo deles, no subsolo, e consegue mesmo assim por o dedo para fora afim de alertar seu irmão, mas Bo finge que se abaixa para amarrar os sapatos e corta a ponta do dedo de Carly e guarda no bolso! Destaque também para aquele início genialmente bem feito do longa, que mostra a infância dos irmãos psicopatas.

11. Early Grayce (Brad Pitt em Kalifornia, 1993)


O casal Brian e Carrie decide viajar até a Califórnia para fotografar lugares onde aconteceram famosos crimes como forma de estudar os assassinos em série e conseguir divulgar um livro a respeito. Sem dinheiro, eles decidem convidar outro casal para dividir as despesas da viagem e acabam conhecendo Adele (Juliette Lewis) e Early Grayce (Brad Pitt). Mas eles descobrirão que estão mais próximos de um serial killer do que gostariam... Não tem coisa melhor do que ver Brad Pitt (meu ator favorito) no papel de um psicopata, ainda mais quando ele interpreta tão perfeitamente o personagem. Early Grace é um assassino que não mede seus atos, é um cara durão, sem frescura, que simplesmente mata quem achar que for preciso. Ao lado de Adele, sua meiga e submissa namorada (este é o meu casal favorito do cinema =P) ele vai conturbar, e muito, a viagem de Brian e Carrie e mostrar a eles o que é um serial killer de verdade. Amo esse filme!

10. Max Cady (Robert De Niro em Cabo do Medo, 1991)


Max Cady é um assassino e estuprador que foi condenado a prisão por culpa de seu advogado de defesa, Sam Bowden, que omitiu provas. Mas depois de passar 14 anos preso, Max volta com tudo para se vingar. Ele aproveitou o tempo livre na prisão para estudar direito e conhecer muito bem as leis. Com isso, ele começa um jogo psicológico e dentro da lei com seu ex-advogado, inclusive seduz sua filha (teria coisa pior para um pai?) e passa a atormentar "legalmente" toda a família, enquanto Sam não pode fazer nada contra ele. Mas o bicho realmente pega quando eles estão isolados no Cabo do Medo, uma espécie de iate da família, onde Max revela sua verdadeira natureza, um psicopata perverso e com sede de vingança, e as coisas ficam realmente feias para a família que se encontra a mercê de um assassino cruel e descontrolado. Grande interpretação de Robert De Niro, que foi indicado ao Oscar pelo papel.

9. Alex Forrest (Glenn Close em Atração Fatal, 1987)


O advogado bem sucedido e casado Dan (Michael Douglas) achou que ia simplesmente passar o sal na personagem de Glenn Close e depois largá-la, mas estava muito enganado. Ele se arrependeu e decidiu cancelar o affair, mas ela não vai esquecê-lo tão facilmente assim. A maluca se revela uma verdadeira psicopata e passa a perseguir e aterrorizar a família do cara, chegando a tomar atitudes extremas por "amor". Em certa cena, ela cozinha o coelho de estimação da filha do ex amante e tenta esfaquear a mulher dele, mas acaba se dando mal depois que ele mesmo a afoga na banheira.

8. Patrick Bateman (Christian Bale em Psicopata Americano, 2000)


Rico, bonito e psicopata, Patrick Bateman pira só de ver que alguém pode mais do que ele. O simples fato de um colega de trabalho ter um cartão de contato mais elaborado do que o dele, já é motivo para virar uma vítima desse playboy narcisista. E como esquecer aquela hilária cena em que ele corre pelado e com uma serra elétrica na mão para matar uma prostituta com a qual ele acabara de transar? A interpretação de Christian Bale merecia ao menos uma indicação ao Oscar. (Vocês perceberam a relação do sobrenome "Bateman" com o personagem que iria marcar a carreira do Bale anos depois, o "Batman"?!)

7. Anton Chigurh (Javier Barden em Onde os Fracos Não Têm Vez, 2007)


Llewelyn Moss (Josh Brolin) encontra uma maleta contendo dois milhões de dólares, só que ele nem imaginava a encrenca em que estava se metendo. Com isso, ele se botou na mira de Anton Chigurh (Javier Barden), um assassino frio, que agora está contando com o auxílio de um rastreador dentro da mala para perseguir incansavelmente o homem que a roubou, matá-lo e recuperar o dinheiro. Calado e sem nunca dar um sorriso, Anton mata tão naturalmente como anda e respira, baseando-se numa moeda para decidir se uma pessoa merece viver ou ser morta. O homem não hesita em meter chumbo em quem for preciso (e até mesmo em quem não for preciso) para encontrar e executar o portador do seu dinheiro. Além daquele seu cabelo esquisito, ele também chama atenção pelas armas que usa: uma espingarda com um silenciador enorme e uma arma de ar comprimido que em certa cena, ele utiliza para abrir um buraco na testa de um homem inocente. Barden ganhou um merecido Oscar de melhor ator coadjuvante pela sua interpretação simplesmente fantástica.

6. Peyton Flanders (Rebecca De Mornay em A Mão Que Balança o Berço, 1992)


Uma mulher traumatizada com o suicidio do esposo e consequentemente a perda de seu filho decidi trabalhar de babá justamente na casa da mulher que fez o seu marido se suicidar (vai ter que ver o filme pra saber o porquê) para ter sua vingança. Ela apresenta-se como uma mulher educada e muito dedicada, a babá perfeita, conseguindo facilmente o emprego, mas é, na verdade, uma psicopata com cara de anjo. Ela começa a se apegar bastante com a pequena filha da patroa e quer ficar com a criança para si. Para isso, ela passa a fazer de tudo para eliminar a mãe da menina. Esconde a bombinha de ar da verdadeira mãe da garota e quase mata a mulher sufocada, antes disso, preparou uma perigosa armadilha na estufa para matar a patroa, e quem não ficou com ódio dela depois do que ela fez com o jardineiro negão? Com essas e outras maldades cometidas sempre de forma indireta e insuspeita, Peyton vai destruindo a vida de toda a família sem ser descoberta. Mas como eu já disse, sempre tem uma hora em que a máscara cai e é quando a maluca pira mesmo e tenta matar todo mundo! A psicótica deixou muitos casais da vida real com o pé atrás na hora de escolher uma babá...

5. Annie Wilkes (Kathy Bates em Louca Obsessão, 1990)


Neste longa, Annie (Kathy Bates), uma conturbada ex-enfermeira com terríveis antecedentes criminais por matar bebês, é uma grande fã de Paul Sheldon (James Caan), um escritor de sucesso. Quando este sofre um acidente de carro durante uma nevasca, ela tem a sorte de encontrá-lo e o leva para casa dela, onde mora sozinha, tratando seu ídolo como um rei. Mas após descobrir que sua personagem favorita, a Misery, morre no último capítulo do livro que protagoniza, Annie fica muito decepcionada e aprisiona Paul em sua casa, exigindo que o escritor reescreva e altere a história. Para isso, ela o tortura e, inclusive, quebra os seus tornozelos com um machado para evitar que ele fuja, revelando-se uma mulher completamente perturbada. Kathy Bates ganhou um Oscar por sua interpretação fantástica desta fã psicótica, neste filme excepcional.

4. Esther (Isabelle Fuhrman em A Órfã, 2009)


Esther é uma órfã russa e a família que a adotou morreu em um incêndio. Mas agora, um casal traumatizado com a perda de um filho, mesmo tendo outros dois biológicos, decidem adotá-la. Eles nem imaginavam o quanto iriam se arrepender disto. De Jaume Collet-Serra, o mesmo diretor de A Casa de Cera que mais uma vez optou por uma história de assassino bem original, este filme é perfeito e Esther é a cereja do bolo. Muito bem interpretada pela ainda inexperiente Isabelle Fuhrman, ela consegue enganar a todos com aquela sua carinha de menina meiga e inocente, mas vai fazer da vida daquela família um inferno. As maldades que essa garota faz no filme são incomparáveis. Sínica, ela manipula e consegue jogar uma pessoa contra a outra só para conseguir o que quer, além disso, a sonsa arma cada uma pros seus irmãos e ainda se faz de coitadinha para o pai. Eu amo a Esther, ela é tão perturbada e louca, tem uma história incrível e a cena dela com a maquiagem toda borrada enquanto descobrimos o seu misterioso segredo, para mim, foi memorável, assim como aquela cena no hospital, em que ela leva um merecido tapa de sua mãe, a única que desconfiava dela e a empolgante briga que acontece entre ambas no final.

3. Jack Torrance (Jack Nicholson em O Iluminado, 1980)


Jack Nicholson interpreta Jack Torrance, um homem que, após entrar no quarto assombrado de um hotel, começa a enlouquecer e querer matar sua esposa e filho. Nicholson criou o maior psicopata do cinema com sua interpretação no mínimo espetacular de Jack Torrance. Em uma de minhas cenas favoritas, ele persegue loucamente sua mulher, com aquela cara de doido (que o Nicholson naturalmente já tem, por isso o papel lhe caiu como uma luva) e com um machado na mão, ao som de uma trilha sonora perturbadora - mas fantástica - e os gritos estridentes da esposa, que, desesperada, se tranca no banheiro junto com o filho. Jack diz, na maior cara de pau, que vai “assoprar” se os porquinhos não o deixarem entrar, e então, ele dá uma machadada na porta, e no buraco que fez, põe o seu rosto insano e diz: “Here’s Jonnhy”, nesta clássica cena que é inclusive a capa do filme. O próprio Jack Nicholson afirmou que nunca mais conseguiu livrar-se dos trejeitos do personagem depois de sua intensa atuação.

2. Hannibal Lecter (Anthony Hopking em O Silêncio dos Inocentes, 1991)


Culto e refinado; psicopata e canibal, o doutor em psicologia Hannibal Lecter é de causar calafrios! Ele faz movimentos pertubadores com os dedos e sons estranhos com a boca, sem falar naquele seu olhar penetrante que deixa qualquer pessoa intimidada. A mistura de elegância e inteligência associado ao seu hábito de comer carne humana, faz de Hannibal Lecter um dos maiores psicopatas do cinema e, claro, a soberba interpretação de Hopkins, que ganhou Oscar pelo papel, também contribuiu muito para isso. A cena em que Hannibal escapa de sua prisão é memorável! Além de tudo, o seu passado, explicado no filme Hannibal - A Origem do Mal, também é muito interessante e trágico. Ainda criança, ele perdeu ambos os pais na 2ª Guerra Mundial e os soldados nazistas, num acesso de fome devido ao intenso inverno, comeram sua irmazinha, o que despertou dentro de Hannibal este incomum gosto gastronômico, o que fez com que ele tivesse que usar esta icônica máscara. Anthony Hopkins deixou sua marca na história do cinema com este personagem inesquecível!

1. Norman Bates (Anthony Perkins em Psicose, 1960)


O primeiro colocado não poderia deixar de ser o tímido, adorável e totalmente insano Norman Bates. Ele é o primeiro grande serial killer da história do cinema, é o responsável pela cena de assassinato mais famosa da sétima arte - aquela em que ele esfaqueia uma mulher no chuveiro - guardava o cadáver de sua mãe em casa enquanto fingia ser a própria, vestindo suas roupas, imitando sua voz e matando em seu nome qualquer moça que aparecesse naquele seu isolado e remoto hotel. Inspirado no "serial killer" real Ed Gein, o mestre Hithcock trouxe ao cinema pela primeira vez a figura de um psicopata, abrindo portas para todos os outros filmes desta lista. Um clássico na melhor definição da palavra.

~ Menções Honrosas ~


Jason, Freddy Krueger, Mike Mayers, Leatherface, Ghostface, Chuck, Pinhead e cia. Estes serial killers são a pura personificação da morte e do medo. Com um facão, garra, motosserra ou sei lá o quê, eles dilaceram facilmente suas vítimas, que geralmente são adolescentes que acabaram de transar, fazendo muitas cabeças voarem e muito sangue jorrar. Mesmo eles sendo clássicos e muito populares, não tem como eles competirem com esses mestres da lista, né?

Sintam-se livres para dizer nos comentários se vocês acham que faltou alguém na lista e qual o seu psicopata favorito do cinema, vou adorar saber!